Fábricas investem milhões e geram centenas de empregos em Minas


     Apesar do cenário de crise devido à pandemia da covid-19, Minas Gerais tem atraído investimentos de vulto no setor da indústria que prometem movimentar a economia desde já. Um exemplo vem de Araxá, no Triângulo Mineiro, que recebe a instalação da primeira unidade da indústria McCain Foods, fábrica de origem canadense especializada na produção de batatas pré-fritas e congeladas para alimentação.
  Com previsão de inauguração para o segundo semestre de 2021, a expectativa da fábrica é gerar 150 empregos diretos, 450 indiretos e impactar uma média de 750 profissionais no campo da agricultura, segundo informações de Aluízio Periquito Neto, diretor geral da McCain no Brasil.
    "Minas Gerais é um estado estratégico para a plantação de batata.  Nossas duas aquisições recentes (49% da Forno de Minas e 70% da Sérya) também estão no estado, o que torna a região ainda mais atraente para implantação da primeira fábrica de batata pré-frita congelada da McCain no país", detalha. 
   O empresário define a escolha da cidade do Alto Paranaíba como estratégica para a implantação do negócio, principalmente no tocante à parceria com o agronegócio: a região lidera o ranking de produção de batata-inglesa no país. "Araxá está em uma zona muito próxima aos principais produtores de batata in natura no Brasil. A região possui as melhores condições para o plantio de batata. Além disso, estaremos perto da fábrica da Sérya, que será nossa base durante o período da construção e teremos sinergia entre as duas fábricas."

Cervejaria
    Já em Uberaba, noTriângulo Mineiro, a expectativa é a inauguração da primeira fábrica mineira da Cervejaria Petrópolis. O grupo já tem sete unidades no país e escolheu a região para expandir os negócios. "O Grupo Petrópolis tem grande potencial de crescimento na região, visto que sua participação de mercado só não é maior por conta da falta capacidade de atendimento da demanda de consumo. Dessa maneira, ter uma planta fabril seria necessário para mantermos nossos planos de crescimento", detalha Marcelo de Sá, diretor de controladoria do Grupo Petrópolis.
   O empresário destaca ainda as particularidades da região escolhida. "Em Uberaba conseguimos aliar uma boa posição geográfica, o que facilitará a logística, a disponibilidade de terreno com topografia adequada e – fundamentalmente – a disponibilidade hídrica com quantidade e qualidade. Identificamos na cidade a conjuntura ideal de fatores positivos para sediar a nova fábrica". 

Impacto
    Ambos os projetos, já em fase de instalação, prometem impactar as economias locais e do estado como um todo. "A geração de cerca de 600 empregos, com certeza, está entre os impactos positivos da instalação da nova fábrica na região. Importante ressaltar também os impactos em cerca de 750 profissionais do campo da agricultura. A instalação de uma planta deste porte movimenta a economia da região, por meio da contratação de fornecedores e serviços", avalia Aluízio Periquito Neto, da McCain. 
    A ocupação de mão de obra local é outro ponto positivo do projeto. "Priorizamos a contratação de mão de obra local para a maioria das áreas de atuação. Com certeza, há excelentes recursos no estado de Minas Gerais e queremos valorizá-los", diz o empresário, que revela um investimento de vulto na instalação da fábrica - cerca de U$ 100 milhões -, e destaca que, quando entrar em operação, a produção irá abastecer todo o mercado nacional.
   Aluízio ressalta, ainda, a sinergia entre a indústria e o agronegócio. "A maioria da batata in natura que será usada na fábrica da McCain virá de produtores da própria região de Minas Gerais. Já estamos trabalhando bem próximos a vários deles no desenvolvimento de toda a matéria prima que será usada para abastecer a fábrica.  Acreditamos que com um trabalho de parceria com produtores locais vamos conseguir aumentar muito a produtividade de cultivo de batata na região."

Nova demanda
   Com inauguração prevista ainda para 2020, a unidade de Uberaba do Grupo Petrópolis demandou investimentos de R$ 1 bilhão. A planta terá capacidade para produzir cerca de 800 milhões de litros de cerveja por ano, com expectativa de gerar 700 empregos diretos. As linhas de envase, uma das mais modernas do mundo, terão capacidade de 256 mil latas/hora e 120 mil garrafas/hora.
   A contratação de mão de obra local também é premissa da empresa. "Temos focado na aproximação com universidades, escolas, centros de formação profissionalizantes, não só para apresentar a companhia e detalhar qual perfil de profissional precisaremos, mas para entender o que Uberaba já tem estruturado. Juntos, desenvolveremos projetos para a formação de mão de obra e utilização desses profissionais", descreve Marcelo Sá. 
   O empresário cita ainda parceria com a unidade local do Sistema Nacional de Emprego (Sine) para centralizar as demandas de vagas para construção da fábrica. Segundo ele, a unidade de Uberaba, quando estiver com capacidade plena, irá gerar cerca de 700 empregos diretos e prováveis mais de 3 mil empregos indiretos. "Importante ressaltar também que esse empreendimento deve gerar empregos em todo estado, visto que, com o crescimento da empresa, novas unidades de distribuição serão necessárias, vendedores contratados, equipes de distribuição, entre outros", descreve Sá.
   O efeito onda provocado pela instalação da fábrica em Minas Gerais também é observado por ele. "Seus reflexos começam com a geração de emprego e renda para milhares de famílias e o aumento do poder de compra desses trabalhadores. Essa renda vai para os gastos em supermercados, escolas, restaurantes etc, e movimenta as economias locais. Quem ganha também é a cadeia produtiva direta e indireta: para operar, o Grupo Petrópolis consome combustível, pneus, compra caminhões, material gráfico, entre tantos itens. É um círculo virtuoso, com efeitos positivos em toda sociedade."

Apoio 
   Os empresários citam o papel do Governo do Estado na promoção da viabilidade dos negócios. Segundo o diretor da Petrópolis, desde o início, o governo estadual demostrou apoio e entusiasmo com a construção de uma unidade do Grupo Petrópolis em Minas. "A orientação técnica, as propostas de apoio e benefícios garantiram um entendimento rápido, com ganhos para ambos os lados. O Instituto de Desenvolvimento Integrado de Minas Gerais (Indi), a Secretaria de Desenvolvimento Econômico (Sede), a Prefeitura Municipal de Uberaba, sem falarmos de tantos outros parceiros, estão sendo fundamentais", avalia Sá. 
   O presidente da McCain no Brasil também destaca o apoio do Executivo mineiro para a viabilidade do projeto. "Encontramos por parte do governo estadual e municipal todo o apoio para o projeto, que foi construído a várias mãos, englobando diferentes órgãos e secretarias."
  Presidente do Indi, Thiago Coelho Toscano destaca a importância dos investimentos no estado. "Tanto em relação à McCain quanto à Petrópolis, estamos agregando valor à cadeia produtiva de Minas Gerais. Ao trazer investimentos para cá, do ponto de vista econômico, agregamos valor à cadeia, mantemos esse valor aqui e mandamos para outros estados e países, não o contrário. Principalmente neste momento de crise, a confirmação desses investimentos significa ainda mais. São empresas grandes, que demonstram confiança na recuperação da economia e no Estado como incentivador de novos negócios".  

Produção de batatas
  Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que Minas Gerais é o maior produtor nacional de batata-inglesa, com produção estimada na safra 2020 de 1,2 milhão de toneladas (participação de 31,1% no total produzido no Brasil).
Localizados no Alto Paranaíba, Perdizes e Araxá concentram a maior produção de batata-inglesa do estado, com participação de 58% do total produzido.

Agência Minas