Produtor de Divino fica em 2º lugar no Concurso Emater-MG Criatividade Rural

 O resultado do 7º Prêmio Emater-MG de Criatividade Rural foi divulgado nesta segunda-feira (20/9), em solenidade virtual, transmitida pela Emater-MG no YouTube. O objetivo do concurso é incentivar e divulgar as inovações tecnológicas que gerem melhorias em sistemas de produção, de processamento e de comercialização de produtos agropecuários.

Foram 63 projetos inscritos e analisados com base na criatividade, sustentabilidade e exequibilidade, que é a facilidade de ser colocado em prática.

Projeto vencedor

O produtor Adalton da Costa conta que encerra a produção de queijo no final da tarde, quando começa a dessora para a coleta do pingo, que será usado na fabricação do dia seguinte. Porém, ele diz que o melhor pingo é obtido durante a madrugada, por ter maior acidez e concentração bacteriana. O pingo interfere na consistência e no sabor do queijo.

Segundo lugar

O segundo lugar do 7º Prêmio Emater-MG de Criatividade Rural ficou com o projeto de um terreiro de café mecanizado ecológico, desenvolvido pelo produtor Anderson Domingos da Silva, do município de Divino, região cafeeira conhecida como Matas de Minas, na Zona da Mata.

O terreiro foi construído para reduzir a mão de obra e garantir um bom processo de secagem do grão. Normalmente, o café deve ser revolvido de hora em hora. Em muitos casos, é preciso ter uma pessoa apenas por conta desta atividade.  O terreiro mecanizado permite o revolvimento do café durante todo o dia, inclusive à noite.

O terreiro é composto por um sistema de rodos que são ligados a cabos numa roda d’água, que garante o movimento da estrutura. Os rodos se movem vagarosamente, o dia todo, nos dois sentidos do terreiro, garantindo uma secagem uniforme. O terreiro também conta com uma cobertura móvel, para proteger o café em momentos de chuva. A inspiração do produtor veio das fazendas de cacau.

Para manter o sistema de rodos e a roda d’água funcionando por 24 horas, o produtor utiliza a água de um córrego que nasce na propriedade.  A água passa pela roda d'água e retorna para o riacho, sem nenhum desperdício ou contaminação. A invenção demorou dois meses para ficar pronta.

 “Meu café é mexido 24 horas por dia, sem eletricidade, e sem que eu precise colocar a mão nele para fazer o trabalho”, comemora Anderson da Silva.

O material utilizado foi quase todo aproveitado de sobras de obras que já existiam na propriedade: ferragens, canos PVC, madeiras, telhas etc. A roda d'água é toda feita de embalagens de plástico vazias.  O custo de implantação foi cerca de R$ 1 mil.

Faz um ano que o agricultor investe na produção de cafés especiais. A técnica da Emater Emanuella Costa Torres explica que o processo de secagem é fundamental para garantir a qualidade da bebida. “O processo de pós-colheita é de extrema importância. O terreiro mecanizado possibilita que o produtor divida o café em microlotes, não precisa deslocar o trabalhador para fazer o serviço e evita problemas com mofo e chuva”, informa.

Anderson produz café com a ajuda da esposa e das filhas. Em 2020, eles estiveram entre os vencedores do 19º Concurso de Qualidade dos Cafés das Matas de Minas – região de Muriaé. “Trabalhamos com café especial para agregar valor ao nosso produto e passar também o que há de melhor para quem vai consumir”, diz o produtor.

Terceiro lugar

O produtor Manoel Sander de Araújo, do município de Jaíba, no Norte de Minas, obteve o terceiro lugar do 7º Prêmio Emater-MG de Criatividade Rural. Ele desenvolveu um marcador de covas ajustável para culturas diversas, como pimenta, mandioca, melancia, berinjela, abóbora e quiabo.

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EMATER/MG