Trabalhadores da educação decidem entrar em greve na semana que vem


     Aulas voltam na segunda-feira, dia 10, e greve começa na terça. Categoria reivindica pagamento do piso salarial, melhor acesso à educação e outras demandas
   Professores e funcionários das escolas estaduais de Minas Gerais decidiram, em assembleia nessa quarta-feira, entrar em greve por tempo indeterminado na semana que vem. As instituições de ensino abrem apenas na segunda-feira, 10 de fevereiro, e a greve começa no dia 11. No dia 14, será realizada uma nova assembleia estadual para decidir os rumos do movimento.
       A assembleia da categoria foi promovida pelo Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG) no pátio da Assembleia Legislativa de Minas Gerais. Conforme a entidade, a categoria reivindica pagamento do piso salarial profissional nacional, quitação do 13º salário do ano passado e fim das políticas que, conforme os profissionais, têm dificultado o acesso à educação pública em Minas e gerado desemprego.

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    “A nossa pauta é a mesma do ano passado. Nós já temos um ano de reuniões com a Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão de Minas Gerais (Seplag). Foram quatro reuniões em 2019, uma em 2020, e não há proposta apresentada pelo governo de estado para cumprir o piso dos trabalhadores para a carreira”, explica a coordenadora-geral do Sind-UTE, Denise Romano. Ela também ressaltou que 22% dos profissionais ainda não recebeu o 13º salário.
    Segundo ela, a mobilização também é pela defesa do emprego. “No último ano enfrentamentos desemprego estrutural da categoria, fechamento de turmas, escolas, uma redução de matriculas que o governo tem implementado O número de profissionais que presta serviço na escola depende do número de alunos e turmas. Essa política tem acarretado desemprego estrutural”, enfatizou.
     “Além disso, o terceiro eixo da campanha é a defesa do direito à educação. O que temos visto e enfrentado nos últimos três meses é um processo de exclusão das pessoas da escola estadual”, afirma Denise. Ela conta que o sistema de matrícula pela internet implementado em Minas acabou prejudicando famílias e citou alguns exemplos. “O que nós percebemos é que o zoneamento não foi respeitado pelo sistema. Uma criança com escola na rua onde mora indo para outro município, aluno regular indo para curso noturno, mesmo sem ter idade”, relata.
     O Estado de Minas entrou em contato com a Secretaria de Estado de Educação para repercutir as reivindicações e aguarda resposta.
     Ainda na assembleia de ontem, a categoria definiu que a segunda-feira, primeiro dia letivo da rede estadual, será também para informar a comunidade escolar, por meio de uma carta, as razões do movimento. “O governo não pode fazer discurso de austeridade fiscal para um setor do funcionalismo enquanto repõe as perdas de outros. Nós não somos contra reajuste de salário de nenhum funcionário publico, reivindicamos que governo seja coerente”, pontuou a coordenadora do Sind-UTE/MG.

Jornal Estado de Minas / Foto: Isis Medeiros/Sind-UTE/MG