Receita Federal investiga sonegação de impostos em Divino, Miraí e Muriaé

   Uma operação para investigar a sonegação de cerca de R$ 1 bilhão em impostos de empresas que comercializam café foi deflagrada, na manhã de terça-feira (16/03), em Divino, Miraí e Muriaé. A ação, denominada "Expresso", também é realizada em 39 municípios de Minas Gerais, Paraná, São Paulo e Espírito Santo.
   De acordo com a Receita Federal, ao todo, são cumpridos 20 mandados judiciais, sendo 35 de prisão temporária, 124 de busca e apreensão e 61 de sequestro de bens. Veja abaixo a situação dos municípios da Zona da Mata:

  • Divino: é cumprido um mandado de busca e apreensão;
  • Miraí: é cumprido um mandado de busca e apreensão;
  • Muriaé: é cumprido quatro mandados de busca e apreensão, um de prisão temporária e dois de sequestro de bens.

     O objetivo da Operação "Expresso" é colher provas e prender envolvidos em um esquema bilionário de sonegação fiscal no ramo de comercialização de café em grão, bem como crimes de falsidade ideológica, lavagem de dinheiro e associação criminosa. A ação é realizada pela Receita Federal, a Polícia Civil do Paraná e as Receitas Estaduais do Paraná e Minas Gerais.
   Já as investigações contam com a participação da Receita Estadual do Estado de São Paulo, dos Ministérios Públicos do Paraná e Minas Gerais. Esquema De acordo com a força-tarefa, atacadistas e corretores de café de Londrina e região sonegavam impostos em negociações interestaduais, com fraudes da creditação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), e na comercialização dentro do Paraná.
     As investigações começaram em 2019, com informações da Receita Federal e da Receita Estadual de Minas Gerais. Em ambos os casos, a mercadoria era vinda de Minas Gerais e do Espírito Santo e comercializada por cooperativas e produtores rurais e as notas fiscais eram destinadas a empresas de fachada. As operações envolviam empresas dos dois estados e possibilitavam o não recolhimento do ICMS sobre as notas fiscais falsas.
     Paralelamente, outra empresa "noteira", situada em São Paulo, emitia documentos falsos destinados a atacadistas e torrefações do Paraná, segundo as investigações. Valores Somados os valores, as empresas de Minas Gerais e de São Paulo emitiram mais de R$ 6 bilhões em notas fiscais, entre janeiro de 2016 e fevereiro de 2021, sendo 2 bilhões em 2020. Os valores devidos aos cofres mineiros passam de R$ 350 milhões.
     Quanto às empresas destinatárias das notas fiscais falsas no Paraná, a estimativa é que elas tenham acumulado créditos tributários fraudulentos de, aproximadamente, R$ 100 milhões, considerado que receberam cerca de R$ 1 bilhão em notas frias. Houve também sonegação de tributos federais (IRPF).          O montante, neste caso, pode chegar a R$ 200 milhões.

G1 Zona da Mata