A decisão de aprender sobre o negócio rural da família
aconteceu depois que os pais tiveram covid-19. O momento fez com que as filhas,
que pensavam em vender a propriedade, mudassem de ideia e passassem a investir
na atividade começando pela capacitação. “Sempre achamos que dava muito
trabalho e pouco dinheiro. A gente via muita luta, mas pouco resultado”,
comentaram.
Por meio de cursos, elas conheceram o potencial da produção
da família. Um amigo as orientou a verificar a qualidade do café produzido e a
primeira amostra avaliada recebeu nota de 86 pontos segundo a escala da SCA
(Associação de Cafés Especiais). O resultado indicou que elas tinham um produto
de excelente qualidade e decidiram investir em uma torrefação própria.
“Fizemos três dias de cursos de torra e descobrimos que não
sabíamos nada, nem sobre a planta, nem sobre a bebida. Fomos para o sul de
Minas e ficamos mais 10 dias”, contou Josélia.
Atualmente a família comercializa café tradicional, gourmet
e especial. “Buscamos o beneficiamento para agregar valor ao produto, e está
dando certo”, comentou Simone.
No processo de sucessão, a família passou a fazer parte do
Programa de Assistência Técnica e Gerencial – ATeG Café+Forte do Sistema Faemg
Senar e o acompanhamento da técnica de campo Thaís Aguiar tem auxiliado na
melhoria dos processos desde a lavoura até a gestão e comercialização.
“A chegada do ATeG foi fundamental. Agora a gente vai para a
roça também e vencemos a resistência do pai em relação às orientações que a
técnica traz. Estamos conquistando nosso espaço, confiança, autonomia e
aumentando a produtividade e a lucratividade da propriedade”.
Satisfação
“Poder acompanhar de perto as meninas se capacitando e colocando a mão na massa é muito gratificante. O ATeG chegou para somar, para trazer mais tecnologia e gestão, e aliado ao entusiasmo da família, o sucesso é garantido com certeza”, ressaltou Thaís.
O ATeG e os treinamentos dos quais a família participa são realizados por meio do Sindicato dos Produtores Rurais de São João do Manhuaçu, o presidente da entidade, Felipe Alves, destaca que o caso de sucesso da família Azevedo exemplifica os benefícios que o ATeG tem levado para o município. “Temos dois grupos com excelentes resultados e estamos mostrando aos produtores o caminho certo para o desenvolvimento da cafeicultura”, avaliou.
Lílian Moura / Senar Minas Viçosa