Muriaeense de 8 anos, Samuca brilha no jiu-jitsu e coleciona medalhas

Com apenas oito anos de idade, Samuel Neto Jardim, o Samuca, já carrega no peito muito mais do que medalhas. Diagnosticado com transtorno do espectro autista, o menino encontrou no jiu-jitsu não apenas um esporte, mas um caminho de confiança, disciplina e superação.

A história de Samuca, de 8 anos, foi destaque na Entrevista do Dia da Rádio Muriaé. Ao lado do seu treinador, o professor Luan, o jovem atleta compartilhou uma trajetória marcada por conquistas dentro e fora do tatame. Logo ao chegar ao estúdio, chamou a atenção a quantidade de medalhas conquistadas ao longo dos últimos anos.

O primeiro contato de Samuca com o jiu-jitsu aconteceu ainda aos quatro anos de idade. Ele contou que começou a treinar com o professor Rodrigo, conhecido como Tio Amaral, antes de seguir para novos desafios.

“Eu tinha quatro anos quando comecei. Depois, com sete anos, fui treinar com o Tio Luan, que é meu professor agora”, contou Samuca.

Mesmo com apenas 8 anos, o atleta já participou de diversas competições. A mais recente foi a oitava etapa da Liga Mineira de Jiu-Jitsu, realizada em Juiz de Fora, onde conquistou mais uma medalha e subiu ao pódio.

Durante a entrevista, Samuca explicou como é sua rotina de treinos. “A gente faz alongamento, depois o aquecimento, corre um pouquinho e começa a treinar as técnicas. Tem dia que tem combate e tem dia que não”, relatou.

Além do desempenho técnico, Samuca também falou sobre os desafios enfrentados nas competições, especialmente em ambientes com muito barulho. “Eu senti enjoo, aí usei meu fone ouvindo música. Também respirava fundo para me acalmar”, disse.

O uso do fone de ouvido é uma estratégia importante para o atleta, já que ajuda a lidar com a sensibilidade auditiva, comum em pessoas dentro do espectro autista.

O professor Luan acompanha Samuca há cerca de um ano e destacou a evolução do aluno desde que retomou os treinos. “Quando ele chegou, estava parado há um tempo. Recomeçamos do básico, para ele pegar ritmo novamente, e desde então a evolução tem sido muito rápida”, afirmou.

Segundo o treinador, Samuca se destaca pela inteligência, dedicação e vontade de aprender. “Ele conversa, pergunta, quer treinar com colegas mais velhos para ver como está o nível dele. Isso facilita muito o aprendizado”, explicou.

Luan ressaltou ainda que o trabalho vai além das técnicas do jiu-jitsu. “A gente conversa muito sobre o autocontrole e a respiração. Ele precisa vencer essa etapa emocional antes de entrar no tatame, e isso faz toda a diferença”, destacou.

Para o professor, o jiu-jitsu contribui diretamente para o desenvolvimento de valores essenciais. “Paciência, humildade, respeito, disciplina e autocontrole são fundamentais, principalmente para crianças dentro do espectro autista”, completou.

Fora dos treinos, Samuca segue respirando o esporte no dia a dia. “Eu treino com o meu irmão”, contou.

Ao final da entrevista, o menino de 8 anos deixou um convite especial para quem ainda não pratica o esporte. “Todas as pessoas que não fazem jiu-jitsu, vêm fazer com o Tio Luan”, convidou.

A história de Samuca mostra que o esporte pode ser uma poderosa ferramenta de inclusão, desenvolvimento e transformação, especialmente quando começa ainda na infância.

Rádio Muriaé 

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