De acordo com os resultados, a média de capacidade de infiltração é de 309 mm/h em áreas reabilitadas pós-mineração e de 148 mm/h em áreas não mineradas. Com relação à repelência em áreas reabilitadas, a média foi de 1,5%, enquanto em áreas não mineradas a repelência média foi de 6,2%. Os dados mostram que há um ganho de infiltração de água no solo e redução de repelência nas áreas reabilitadas pós-mineração. A repelência à água é o fenômeno em que os solos resistem ao umedecimento. Em síntese, a mineração, em função de seus processos de aeração do solo e adubação verde e orgânica, vem contribuindo com o aumento da capacidade de umedecimento do solo em mais de 400%.
Na condução dos estudos de monitoramento das nascentes, foram selecionados dez mananciais para monitoramento, localizados nas cidades de Miraí, Muriaé, Rosário da Limeira e São Sebastião da Vargem Alegre. O intuito é fazer um acompanhamento das bacias hidrográficas de cabeceira que contenham jazidas de bauxita em sua área de drenagem, traçando um comparativo entre os períodos antes e após a mineração de bauxita.
O professor do Departamento de Engenharia Florestal da UFV, Herly Carlos Teixeira Dias, ressalta os benefícios dos estudos de nascentes para a região. “Importante reforçar que os primeiros resultados já indicam que existe uma grande variação da vazão ao longo do ano, de acordo com o uso do solo atual, sem o processo de mineração. Porém, como já verificamos que com a mineração o solo fica mais poroso, há uma clara sinalização de que as vazões nas mesmas nascentes, pós-mineração, sejam mais regulares, o que torna as nascentes mais produtivas. Ou seja, a atividade favorece a recarga de água no solo dos mananciais”, analisa.
“Cada ação do programa é acompanhada atentamente pelos proprietários, pesquisadores da UFV e técnicos da CBA. As análises contribuem para o entendimento sobre a dinâmica da água e sua relação com os processos minerários e de reabilitação, fomentando e direcionando futuras ações da Companhia e da Universidade na área de sustentabilidade”, completa o professor.
A partir das observações, CBA e UFV levam aos proprietários
rurais as informações sobre os cuidados com a produção agrícola, a importância
da preservação das nascentes e os benefícios do processo de reabilitação
ambiental das áreas mineradas. “Os resultados reforçam que a atividade
minerária é feita de forma responsável e sustentável. Trabalhamos em conjunto
com a UFV, deixando um legado positivo para as comunidades onde atuamos e
também para a ciência, com publicações abertas que vêm servindo como referência
para o setor mineral e ambiental”, destaca o gerente das Unidades da CBA na
Zona da Mata Mineira, Christian Fonseca de Andrade.
Com informações / Rádio Muriaé